O testemunho da C.

Aqui vai mais um testemunho da minha amiga C.. Assim que ela tiver mais disponibilidade deixa aqui mais umas informações! Muito obrigada C.!

"Eu sou a C. amiga da Scaf, e tal como ela também eu ando na luta diária de minimizar a DA que o meu filhote mais velho padece.

O K. Nasceu em Set. de 1999 e em Jan. de 2000, quase a fazer 4 meses começou a ficar muito irrequieto, e a pele que sempre fora seca a apresentar áreas avermelhadas.

Os dias iam passando relativamente bem, mas as noites até aí sossegadas, tornaram-se num horror! O K. mexia-se muito e coçava-se tanto que chegou a dormir de luvinhas de algodão para a cama não ter sangue e ele não ficar todo arranhado. Como devem imaginar, para mim mãe, era uma verdadeira angústia vê-lo assim e nada poder fazer, a não se coçar, coçar, coçar....

Fomos logo à pediatra que nos disse que provavelmente era um eczema atópico mas que era conveniente fazer análises ao sangue. Fiquei logo em pânico (eu tão derrotista por natureza fiz logo filmes...). Mas lá fomos fazer as análises e a recolha de urina. Para mim foi como um filme de terror...o meu bebé ser picado??? 3 enfermeiras à volta dele, o pai a segurar-lhe nas perninhas e eu a fazer-lhe festinhas.... e umas das enfermeiras como o infeliz comentário de comparar as veias dos bebés a fios de cabelo!!! Assim que foi picado o K. berrou imenso e pela minha cara, gordas lágrimas teimavam em não parar.....foi um dia para esquecer!

Depois de uma semana que parecia não passar e eu sempre a pensar o pior (enfim...) os resultados não foram nada animadores. Tudo o que eram alergias o K. tinha-as na classe máxima – ácaros, pó, pêlo de cão, caspa de gato, gramínias.......quanto a alimentos tudo negativo.

E assim começou a n/saga – consultas atrás de consultas, cremes, loções, anti-histamínicos, corticóides e restrição alimentar. A pediatra era uma querida, e como boa médica disse que não sabia como resolver o problema do K. encaminhando-nos então para um colega dermatologista. Fomos consultá-lo. Confirmou-nos logo de imediato que o K. tinha eczema atópico. Lá nos disse todos os procedimentos a ter, mas que isto é uma doença crónica, sem cura, há-de melhorar com a idade e passa muito provavelmente até á idade adulta. O k. tinha 4 meses.......mas pronto viemos de lá com uma receita enorme e deixamos um balúrdio na farmácia.

Desde Janeiro de 2000 que sabemos que o mais importante é manter a pele o mais hidratada possível para minimizar o prurido e as lesões. Parecia missão impossível! A pele do K. parecia lixa, por mais creme que absorvesse.

O tempo ia passando e o K. cada vez com mais feridinhas, a cama com sangue, as roupas interiores e os pijaminhas salpicados de vermelho... o meu filhote tinha inscrição na creche, mas por bem achamos que ficaria com as avós pois coçava-se tanto que era impossível ter alguém só para ele no colégio. Acabou por ficar alternadamente com as avós durante dois anos.

No verão o K. melhorava e a praia ajudava muito. Porém apesar das feridas passarem, a comichão era uma constante, e então as noites...O meu desespero aumentava de dia para dia pois nunca sabia como iria encontrar a pele do K. no dia seguinte. De tudo fizemos – quer a nível alimentar, quer produtos específicos sem olhar a preços, vestuário, roupas de cama, o quarto, colchão especial...tudo foi feito e nada parecia resultar.

Depois para agravar o problema o K. foi crescendo e ganhando aversão ao ritual que se seguia a seguir ao banho e pelas manhãs e então pôr creme era missão quase impossível.

Nunca satisfeitos com os tratamentos consultávamos diferentes especialistas mas todos batiam no mesmo – hidratar muito e nas crises recorrer a corticoides. As noites essas cada vez piores, e o K. acabava sempre na cama dos papás pois coçava-se tanto que ficava em ferida.

Em 2003 o K. piorou imenso nas pernas. Duas feridas enormes no interior das perninhas logo abaixo do joelho teimavam em não cicatrizar e ele coitadinho cheio de comichão esfregava-as uma contra a outra o que agravava muitíssimo. Além da comichão era agora também combater estas feridas enormes e sempre a exudarem...

Neste espaço de tempo sempre que o K. fazia análises estas acusavam as mesmas alergias. E o banho agora???? Um suplício. O K. berrava, não queria entrar na banheira pois as feridas ardiam muito. E o meu coração de mãe só chorava ao ver o meu pequenino assim a sofrer.

Falaram-nos então de uma clínica de dermatologia muito boa e lá fomos a mais uma consulta. Fomos consultados pela assistente do responsável da clínica, a Dra. N., muito meiga, atenciosa e após ver o K. chamou o Prof. O. para ele também inteirar-se do caso. Saímos de lá com uma receita muito extensa e todos os procedimentos muito claros e passados 2 dias começamos a ver resultados – as feridas das pernas secaram e a comichão abrandou.

O K. desde essa altura começou a melhorar. Todos os médicos nos referiram que a idade ajuda muito e uma das alturas que poderia melhorar era a fase dos 5/6 anos.

Hoje, volvidos mais de 5 anos o K. continua a ir ás consultas da Dra. N. e os tratamentos são os mesmos, e felizmente melhorou a 90%. Mas há um senão, o K. além de continuar com a pele muito seca e de ainda todas as noites acordar uma a duas vezes para o coçarmos, tem agora rinite. Acorda muito congestionado, espirra muito, muita comichão no narizinho.

Resta-me agora a esperança de que estas malditas alergias fiquem por aqui e que a asma não apareça,.

A Dermatite Atópica é uma doença crónica muito incomodativa e para nós pais é extremamente angustiante pois nada podemos fazer; mas há que manter a esperança de que vai melhorar e dar graças a Deus por ser apenas Dermatite!"

À Scaf toda a força do mundo para controlar a DA na sua filhota linda e dizer-lhe que demora mas também a B. vai melhorar.